O que é inclusão social e a sua importância dentro das empresas
Dependendo da área de estudos ou atuação, o conceito de inclusão social pode soar muito familiar, mas para muitas pessoas ainda é difícil compreender o significado dessa prática que a cada dia ganha mais espaço em todos os setores da sociedade, como saúde, educação e o mundo corporativo.
O conceito de “inclusão” por si só já é suficiente para mergulharmos em um oceano de conhecimento, mas e quando a palavra “inclusão” vem acompanhada de uma outra palavra tão relevante quanto?
Nesse mundo contemporâneo, a palavra-chave é inclusão social para a prosperidade de qualquer negócio e para a atração de novos públicos. Você também concorda?
Se a sua resposta é “sim”, este conteúdo vai te auxiliar na implementação de um ambiente corporativo mais diverso, criativo e preparado para a resolução de conflitos.
Afinal, o que é inclusão social?
A palavra “inclusão” vem da ideia de incluir grupos que historicamente foram excluídos e marginalizados do convívio em sociedade em diferentes esferas, como a educação e o mercado de trabalho. Nas últimas décadas, os movimentos das pessoas com deficiência ao lado de outros movimentos pelos direitos civis e humanos vêm protagonizando debates, ocupando espaços e colocando o conceito de inclusão ainda mais em evidência.
Portanto, a inclusão é o processo de tornar a sociedade um lugar seguro e adequado para contemplar toda a diversidade humana (etnia, raça, língua, nacionalidade, gênero, orientação sexual, deficiência e outros atributos) com a participação das próprias pessoas na formulação e execução dessas adequações.
O relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) “Transforming enterprises through diversity and inclusion” define o conceito de inclusão como a experiência que as pessoas têm no local de trabalho conforme se sintam valorizadas por quem são, as habilidades e experiências que trazem e na medida em que têm um forte sentimento de pertencimento com os outros no trabalho.
A palavra “inclusão” vem da ideia de incluir grupos que historicamente foram excluídos e marginalizados do convívio em sociedade em diferentes esferas, como a educação e o mercado de trabalho. Nas últimas décadas, os movimentos das pessoas com deficiência ao lado de outros movimentos pelos direitos civis e humanos vêm protagonizando debates, ocupando espaços e colocando o conceito de inclusão ainda mais em evidência.
Portanto, a inclusão é o processo de tornar a sociedade um lugar seguro e adequado para contemplar toda a diversidade humana (etnia, raça, língua, nacionalidade, gênero, orientação sexual, deficiência e outros atributos) com a participação das próprias pessoas na formulação e execução dessas adequações.
Afinal, o que é inclusão social?
Na sociedade contemporânea em que vivemos, sem a inclusão social não é possível possibilitar o acesso e a participação plena na sociedade de grupos marginalizados (pessoas negras, indígenas, pessoas com deficiência, mulheres, população LGBTQIAPN+ e etc). Mas de quais direitos estamos falando?
A legislação brasileira define que todos os indivíduos são pessoas detentoras de direitos. O artigo 6° da Constituição Federal, por exemplo, é claro ao estabelecer que são direitos sociais o acesso a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância e a assistência em caso de desamparo.
Entretanto, as diferenças regionais, de gênero, de orientação sexual, de raça, entre tantas outras, permitem que apenas uma pequena parcela dos cidadãos tenham acesso a todos os direitos estabelecidos em lei, enquanto os demais continuam em situação de vulnerabilidade – definimos esse processo como desigualdade social.
Em termos quantitativos, essas pessoas representam a grande maioria da população – maiores em números e menores em direitos.
Mulheres são 51,48% da população, enquanto a população negra equivale a 56%. Já os povos originários representam 0,83%.
Quando analisamos os brasileiros a partir da orientação sexual, temos os seguintes números: 1,2% homossexuais; 0,7% bissexuais; 1,1% não sabem sua orientação sexual; 2,3% preferem não responder; e 0,1% declararam outra orientação sexual.
FIM DO BLOCO – Royal Blue Alpha
E por fim, temos a população com deficiência que corresponde a 8,9% dos brasileiros.
FIM DO BLOCO – Neon Pink
Vale ressaltar que uma mesma pessoa pode fazer parte de mais de um grupo social, cabendo a ela o acúmulo de identidades, características e cultura. Em outras palavras, definimos esse processo de interseccionalidade.
Como a desigualdade social dificulta a inclusão social?
A desigualdade social tem sido uma problemática frequente no mundo e que faz parte da história de muitos países da América Latina. Esse fenômeno engloba fatores como renda, qualidade de vida e avanços da educação e ocorre através da má distribuição de renda, falta de uma educação de qualidade, de melhores oportunidades no mercado de trabalho, entre outros.
Em análise recente realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), foi constatado que o Brasil atingiu o seu melhor resultado desde 2018 no Índice de Vulnerabilidade Social (IVS). Vamos aos números: 0,238 (2018) ; 0,236 (2019) ; 0,241 (2020) ; 0,249(2021) ; 0,213 (2022).
O índice é medido pelo estudo em três áreas: infraestrutura urbana, capital humano e renda e trabalho e quanto menor for a marca do índice, melhor é o desempenho do país.
Por outro lado, 67,8 milhões de brasileiros estavam em situação de pobreza em 2022, que são aqueles que vivem com até R$637,00 mensais, e 12,7 milhões estavam em extrema pobreza, ou seja, que viviam com menos de 200,00 por mês.
A desigualdade é um problema mundial que requer soluções integradas de Governos, empresas e sociedade civil. Pensando nisso, as Nações Unidas estabeleceram um plano global para atingirmos em 2030 um mundo melhor para todas as nações. A agenda se divide em 17 eixos de ação ou 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
O objetivo número 1 refere-se à Erradicação da pobreza. Esse eixo apresenta medidas para erradicar a pobreza em todas as formas e em todos os lugares. Outro objetivo que faz muito sentido para a temática que estamos abordando é o de número 10 (Redução das desigualdades) e o de número 16 (Paz, Justiça e Instituições Eficazes).
Objetivo 10:
Estabelece a redução das desigualdades no interior dos países e entre países.
Objetivo 16:
Estabelece a promoção de sociedades pacíficas e inclusivas para o desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir instituições eficazes, responsáveis e inclusivas a todos os níveis
Desde o início dos anos 90, o Brasil vem estabelecendo ações e medidas para o aceleramento de pessoas que durante toda a vida estiveram em desvantagens econômicas, sociais e educacionais. A partir desse cenário, podemos destacar as políticas de ações afirmativas e os programas socioassistenciais.
Podemos compreender as ações afirmativas como políticas públicas e também privadas (mais adiante veremos mais sobre isso) que objetivam à garantia de direitos a grupos minorizados.
Essas políticas são fundamentais para alcançarmos os princípios de igualdade de oportunidades.
E os programas socioassistenciais? Bom, esses programas estão ligados aos benefícios assistenciais e aos programas de transferência de renda, sendo o Bolsa Família o mais conhecido em território brasileiro. Outro benefício de destaque, sobretudo para as pessoas com deficiência e idosos, é o BPC (Benefício de Prestação Continuada).
O BPC é um benefício individual, não vitalício e intransferível garantido pela Constituição Federal de 1988. É uma medida de transferência mensal de um salário mínimo para a pessoa idosa (acima de 65 anos) e para a pessoa com deficiência de qualquer idade, desde que consiga comprovar não possuir meios para prover a manutenção da própria vida e nem com o apoio da família.
E os talentos com deficiência que estão aptos para contribuir com o mundo corporativo? Todo e qualquer talento com deficiência possui o amparo da Lei de Cotas para as Pessoas com Deficiência n° 8.213 aprovada em 1991.
A partir desta legislação, empresas com 100 a 200 trabalhadores devem garantir que 2% de seus funcionários sejam pessoas com deficiência. Para empresas que empregam entre 201 e 500 pessoas, esse percentual sobe para 3%. Organizações com 501 a 1.000 funcionários precisam preencher 4%. Já empresas com mais de mil funcionários devem assegurar, no mínimo, que 5% das suas posições sejam para pessoas com deficiência.
Com a consolidação da Lei de Cotas em território nacional, atualmente 545.940 PCDs e reabilitados do INSS estão inseridos no mercado formal de trabalho, sendo que 93% destes trabalhadores estão em empresas com mais de 100 empregados.
Por outro lado, quando comparados a quantidade de profissionais com deficiência empregados com a quantidade total de pessoas com algum tipo de deficiência no Brasil (18,6 milhões), percebemos que ainda temos um longo caminho a percorrer.
Conheça outras leis importantes
para a inclusão social no Brasil:
Lei da Libras nº 10.436/02
Lei de Cotas no Ensino Superior n° 12.711/12
Lei de Cotas em Concursos Públicos n° 12.990/2014
Lei Brasileira de Inclusão n° 13.146/15
FIM DO BLOCO – Royal Blue
Quando as empresas buscam fazer a inclusão social
A inclusão social não pode ser apenas responsabilidade do Estado. Dessa forma, conseguimos observar ao longo da história uma forte mobilização da sociedade civil organizada que possibilitou o surgimento das organizações do terceiro setor. Com o passar dos anos, o setor empresarial também iniciou um importante processo de tomada de consciência para atuar como um agente de transformação social.
Do nascimento do conceito da Responsabilidade Social Empresarial (RSE) até o surgimento da Governança ambiental, social e corporativa (ESG), as corporações têm sido fundamentais para a diminuição das desigualdades sociais ao promoverem práticas inclusivas em seus ambientes de trabalho e investirem no bem-estar social da população por meio de ações filantrópicas.
Não é à toa que atualmente é muito comum grandes companhias empresariais possuírem frentes sociais (Fundações e Institutos) que apoiam as comunidades do entorno e investem na qualidade de vida da população.
Outro momento que podemos observar fortemente o engajamento de empresas em prol da inclusão social são as aberturas de vagas afirmativas durante os processos seletivos para a busca de talentos com foco na diversidade.
O mundo corporativo só tem a ganhar com a diversidade nas organizações e com pessoas de diferentes pensamentos, histórias e origens contribuindo para o sucesso da empresa. Sem contar, que um ambiente que promove a diversidade também beneficia quem já atua na empresa, possibilitando que os colaboradores mais antigos se enxerguem representados, fortalecendo o sentimento de pertencimento.
Ao não promover a inclusão social, as empresas perdem a oportunidade de crescer e inovar, além de limitar sua capacidade de encontrar soluções criativas e economizar com a menor rotatividade de funcionários.
A diversidade no trabalho fortalece a reputação da empresa, tornando-a mais competitiva. Além disso, a inclusão cria um ambiente mais colaborativo e justo, resultando em mais produtividade e sucesso no longo prazo.
Como promover e o que fazer para melhorar a inclusão social
A inclusão social deve ser tratada como uma responsabilidade coletiva. Quando conseguirmos colocar essa ideia em mente, nossas ações no dia a dia ficarão cada vez mais voltadas para o fortalecimento dessa prática.
Não pense que apenas grandes atitudes podem ser capazes de promover a inclusão social. No dia a dia do trabalho, se presenciar qualquer ato de discrimação, acolha a vítima e promova um ambiente seguro para ela.
Se você chegou até aqui, vale a pena conferir algumas dicas para transformar a sua empresa em um inclusivo e diverso:
Realize treinamento e sensibilização contínua para colaboradores e líderes
Garanta a acessibilidade física e digital
Aumente o número de vagas da sua companhia com foco em diversidade
Promova campanhas de conscientização para o público interno e externo
Apoie e financie iniciativas da sociedade civil que objetivem diminuir as desigualdades sociais